quinta-feira, 18 de junho de 2015

Canguru!

Como disse na postagem anterior, nada contra os múltiplos arranjos que um casal faz pra "dar água pros seus passarinhos" nem contra o estilo de cada pai. Meu pai mesmo foi um pai mais "tradicional", que focou muito no trabalho e delegou o dia-a-dia com os 7 filhos (isso mesmo!) para a minha mãe (ufa) e para minhas irmãs mais velhas, que lá pelas tantas já estavam ajudando a cuidar dos moleques mais novos. E nem por isso minha admiração pelo meu pai é menor (volto a falar disso no futuro).
Mas a verdade é que eu me considero um pai "que participa". Desde a gravidez tentei me envolver com a vinda da Lorena. Pintei o quarto dela, ajudei a escolher utensílios, li a bibliografia no assunto* e fiz o curso de gestante junto com a Lidi. 
Decidi que ia ajudar a trocar fraldas. Aliás, esse parece ser um divisor de águas: muitas pessoas perguntam se o pai também troca fraldas, e olham com respeito se a resposta for positiva. Aparentemente algumas pessoas acham essa uma tarefa repugnante.
Pois bem, depois de  aproximadamente 2600 trocas de fraldas (sim, pois a Lorena tem uns 750 dias de vida, com uma média de 7 fraldas por dia, sendo que eu devo ter trocado metade das vezes), minha conclusão é que há um exagero nisso. Em primeiro lugar, não é tão repugnante assim: quando o bebê é bem pequeno, o cocô não tem cheiro nenhum, e só à medida em que alimentos sólidos são introduzidos (uns 6 meses, digamos) é que ele passa a ter o cheirinho característico. Assim, a gente vai se acostumando gradativamente ao processo.
Em segundo lugar, não é trabalhoso: trocar fraldas é algo mecânico, se aprende muito facilmente. Existem diversos outros cuidados do bebê que dão bem mais trabalho e exigem um conjunto maior de habilidades. Colocar pra dormir, por exemplo, requer paciência, delicadeza e autocontrole, pois os bebês têm uma "anteninha" pra captar tensões no ar, e um eventual nervosismo dos pais nessa hora pode ser fatal.
Dar de comer, cuidar quando está doente, ter uma rotina disciplinada, todas essas também são atividades mais difíceis do que trocar fraldas, na minha opinião. Volto a elas no futuro.
Porém, essa conclusão eu obtive agora, do alto da minha vaaaasta experiência como pai**. Antes da Lorena nascer (influenciado pelo mito da troca de fraldas), eu tinha sérias dúvidas se teria capacidade de realizar essa tarefa.
Foi por isso que compramos a Lorenilda.
A Lorenilda é uma boneca do tamanho de um bebê de meio ano, mais ou menos (ver foto). A idéia era treinar a troca de fraldas com ela durante a gestação, para estarmos plenamente capacitados quando fosse pra valer.




Claro que isso se revelou uma ideia de jerico, ou como dizem em Lajeado, uma "ideia de girino". A Lorenilda não tem nada a ver com um bebê de verdade: as pernas dela são pouco flexíveis, não há necessidade de amparar a cabeça, a sujeira que ela faz é de "faz-de-conta", ela não faz nenhum movimento imprevisível...
Trocamos a fralda dela uma vez, mas eu logo senti que aquilo tinha me ajudado pouco. Era como tomar cerveja sem álcool, ou leite de soja, como se aquilo não fosse genuíno.
Foi com as boas orientações da Lidi e com a prática que aprendi a trocar fraldas de verdade.
Mas a Lorenilda não foi em vão. Hoje ela é um dos bebês favoritos da Lorena, que chama ela de "Lalaluda".
Bem, vocês devem estar se perguntando a relação do texto dessa postagem com o seu título. Na verdade, ia falar sobre canguru (o utensílio de transporte de bebês, não o animal), mas o preâmbulo do texto acabou ficando longo e criou vida própria. Falo do canguru na próxima.






*What to expect when you are expecting
*Crianças francesas não fazem manha
*A encantadora de bebês

** isso foi uma ironia viu? resolvi avisar pois, como sou considerado "um cara sério", às vezes as pessoas não entendem quando faço ironia.

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